sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Nintendo Virtual Boy

Introdução

Saudações aos leitores. Como dito no editorial do início do mês, tinha algumas idéias para um artigo e esperava que elas amadurecessem com o tempo, algumas dessas idéias ainda não estão completamente desenvolvidas, enquanto outras foras deixadas para o futuro; entre as idéias em pauta havia também o pensamento de não escrever um artigo, mas sim um texto sobre um console. As idéias par o artigo foram perdendo espaço ao longo do mês, o que possibilitou a redação deste texto. Sendo assim, decidi escrever sobre o Virtual Boy, console portátil lançado pela Nintendo na década de 1990.

Entrando na realidade virtual
Imagem do Virtual Boy e seu controle

O Virtual Boy é um console portátil desenvolvido pela Nintendo capaz de gerar gráficos "verdadeiramente em 3D", que não seriam possíveis em outros consoles. O Virtual Boy foi anunciado pela primeira vez em 1994 e lançado em julho de 1995 no Japão e em agosto do mesmo ano nos EUA. O portátil foi anunciado como sendo capaz de proporcionar uma experiência que não seria possível em outros consoles, introduzindo o jogador em uma experiência envolvente, totalmente em 3D, acrescida de um sistema de som estéreo e um controle que permitiria movimentação plena pelo espaço. O Virtual Boy vendeu cerca de 770.000 unidades em todo o mundo.

História

O Virtual Boy foi criado por Gunpei Yokoi, o gênio por trás do Nintendo Game & Watch, do Game Boy e de inúmeros jogos; o Virtual Boy foi fruto do trabalho conjunto de Gunpei Yokoi e do departamento de R&D (Research and Development - Pesquisa e Desenvolvimento, em português) da Nintendo do Japão. Antes do lançamento, o console recebeu o codinome "VU", mas rumores anteriores a pronunciamentos oficiais davam ao aparelho o nome "VR-32"; O Virtual Boy foi anunciado oficialmente em 15 de novembro de 1994, durante a Shoshikai Exibition, no Japão. O console foi lançado oficialmente no Japão em 15 de julho de 1995 e em 14 de agosto do mesmo ano nos EUA, ao preço de US$180,00, com alguns jogos disponíveis na época do lançamento.
O console vendeu cerca de 770.000 unidades em todo o mundo, o baixo número de vendas teve uma série de razões, a maioria delas ligadas a problemas inerentes ao console e a biblioteca de jogos, esse fraco desempenho comercial fez com que o portátil não tivesse uma vida muito longa.

Especificações técnicas

Processador: NEC V810, 32-bit RISC com clock de 20MHz, 1MB de DRAM, 512KB P-SRAM e 1KB de Cache.
Vídeo: Dois monitores de LED de alta resolução, com resolução de 384X224 pixels; taxa de scan horizontal de 50.2Hz; visores monocromáticos em preto e vermelho, com quatro níveis de intensidade para a cor vermelha.
Memória: 128KB de VRAM, 128KB de DRAM, 64KB WRAM.
Som: 16bit estéreo, com alto-falante incorporado ao console.
Alimentação: 6 pilhas AA, com possibilidade de uso de adaptador para tomada.
Mídia: Cartucho.

Acessórios

O Virtual Boy teve alguns acessórios, como fones de ouvido, adaptadores que permitiam a conexão do aparelho com a tomada e bolsas e valises para o transporte do aparelho.

A derrocada

O Virtual Boy, a despeito dos rumores e expectativas, não correspondeu às estimativas, apresentando uma série de problemas, tanto com o aparelho em si quanto com seus jogos.
O console, concebido como um aparelho portátil, apresentava uma série de problemas nesse aspecto, pois suas dimensões eram consideráveis, fazendo uso de um suporte para colocar o aparelho em uma altura próxima dos olhos e a necessidade de uma superfície firme para colocar o console; esses problemas no projeto do aparelho comprometiam totalmente o conceito original de "portátil", pois o próprio design do console exigia um ambiente para que fosse possível jogar.
Outro problema estava nas telas do aparelho, por questões de ordem econômica, a Nintendo decidiu utilizar telas monocromáticas, que exibiam apenas as cores preta e vermelha, algo que causava dores de cabeça e cansaço visual, o que forçava os jogadores a fazerem intervalos freqüentes, havia também a contra-indicação do uso do aparelho por crianças menores de sete anos.
Havia também um problema com os jogos, pois muitos deles não apresentavam a revolução anunciada, sendo em muitos casos games em 2D com alguns efeitos tridimensionais, apesar disso, o Virtual Boy recebeu alguns títulos decentes, mas no geral, a biblioteca de jogos é fraca.
O Virtual Boy foi descontinuado no Japão em dezembro de 1995 e nos EUA em março de 1996, menos de um ano após o lançamento; no mundo todo, o console vendeu cerca de 770.000 unidades, o que faz do Virtual Boy o maior fracasso comercial da Nintendo, sendo presença constante em listas de "piores consoles de todos os tempos" e "maiores fracassos da indústria do video game".

Considerações finais

O Virtual Boy foi uma tentativa da Nintendo em inovar com um console portátil capaz de gerar gráficos tridimensionais, mas no final das contas se revela um dos maiores fracassos da indústria, deixando algumas valiosas lições, não apenas para a Nintendo. Os problemas de design, além das dores de cabeça que causava contribuíram para o fracasso do Virtual Boy, que tem seu valor atualmente apenas como item de coleção.

Referências

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