quinta-feira, 31 de março de 2011

Capcom CPS I, II e III

Introdução

Saudações aos leitores. Para este mês que se encerra, decidi escrever uma matéria sobre um hardware, uma placa de Arcade para ser mais exato, uma série de placas que ficaram famosas não somente por suas capacidades, mas principalmente pelos jogos que elas rodavam; muitos desses jogos são memoráveis, enquanto outros são clássicos eternos. Resumindo: a matéria sobre "consoles" deste mês será sobre a série de placas CPS da Capcom, abordando os modelos I, II e III do hardware de Arcade, que trouxeram aos fliperamas alguns dos clássicos da década de 1990.

As casas da pancadaria

As placas CPS são placas para máquinas de Arcade, desenvolvidas pela Capcom para rodar jogos armazenados em cartuchos intercambiáveis; esse sistema foi adotado para reduzir custos ao trabalhar com apenas uma placa para vários jogos, ao invés de desenvolver um hardware específico para cada game. A placa foi lançada em 1988, com o shoot'em up Forgotten Worlds, mas foi com os jogos de luta na década de 1990 que a placa alcançaria maio sucesso. As placas CPS tiveram três gerações, cada uma trazendo aperfeiçoamentos se comparadas a outras placas de Arcade da Capcom ou suas antecessoras. A sigla CPS significa "Capcom Play System".

História


A primeira geração das placas CPS foi lançada em 1988, com o jogo Forgotten Worlds, o desenvolvimento desse sistema foi resultado de um projeto da Capcom para criar uma placa que rodasse vários jogos, após desenvolverem hardwares para apenas um game, com esse sistema, seria possível reduzir custos para os operadores das máquinas, pois não seria necessário trocar todo o hardware da máquina de Arcade cada vez que se quisesse um novo jogo, sendo necessária somente a troca de uma parte do sistema.
Com o sucesso da primeira placa CPS e a descoberta de alguns problemas, a Capcom decide lançar uma nova placa, uma versão aperfeiçoada da primeira CPS, esse novo hardware recebeu o nome CPS II, lançado em 1993, junto com o jogo Super Street Fighter II. Muitos dos aprimoramentos foram em relação a proteção contra versões falsificadas dos jogos.
A placa CPS III é a terceira geração das placas CPS, lançada em 1996 com o jogo Red Earth, e diferentemente das placas anteriores, essa placa fazia uso de um sistema de segurança bastante peculiar. A CPS III foi a última placa proprietária da Capcom, posteriormente passou a utilizar a placa Taito Type X para seus jogos de Arcade.

Especificações técnicas


Cada uma das placas tem suas especificações técnicas próprias, fruto de uma evolução não apenas das capacidades técnicas, necessárias para suportar jogos cada vez mais elaborados, mas também com o objetivo de combater o uso de jogos piratas nas placas, adotando vários mecanismos de segurança. A seguir, as especificações técnicas de cada uma das placas.

1) CPS I


CPU: Motorola 68000, operando a 10 MHz;
Processador de som: Z80, operando a 4MHz;
Chips de som: YM2151, operando a 3,579 MHz; MSM 6295, operando a 7,576 MHz;
Resolução: 328X224 pixels, com 4096 cores simultâneas.

2) CPS II


CPU: Motorola 68000, operando a 16 MHz;
Processador de som: Z80, operando a 8MHz;
Chips de som: Q Sound, operando a 4MHz;
Resolução: 328X224, com paleta de cores de 32bits, suporte a 4096 cores simultaneamente;
Capacidade máxima da ROM: 322 Megabits.

3) CPS III


CPU: Hitachi SH2, operando a 25MHz;
Chip de som: Player estéreo de 8bits e 16 canais;
Resolução: 322X224 pixels (padrão)/ 496X224 (Widescreen);
Cores Paleta de 32768 cores, com suporte a efeitos de mistura de cores;
Armazenamento: Drive de CD-ROM SCSI, memória RAM e Flash ROM.

As placas


A Capcom lançou entre o final da década de 1980 e meados da década de 1990, três gerações da placa CPS, cada uma com suas características próprias e biblioteca de jogos.

1) CPS I
Imagem da placa CPS I


A CPS I foi a primeira placa da série CPS da Capcom; lançada em 1988 com o jogo Forgotten Worlds, ela se tornaria incrivelmente popular somente alguns anos depois, com o lançamento e o sucesso estrondoso de Street Fighter II, que rodava nessa placa. A Capcom lançou a CPS I com o objetivo original de reduzir custos, ao ter um único hardware capaz de rodar vários jogos, em vez de desenvolver uma nova placa para cada game. Junto com o sucesso veio a pirataria, o calcanhar de Aquiles da placa, pois foi a quantidade de jogos piratas operando nas placas foi muito grande, em especial versões de Street Fighter II.

2) CPS II
Imagem da placa CPS II


A placa CPS II foi lançada em 1993, com o jogo Super Street Fighter II, e consistia em uma versão aprimorada da primeira CPS, com o aumento no clock dos processadores, e na adoção de diversas medidas contra jogos piratas. A CPS II consistia de duas placas que funcionavam em conjunto, a "placa A", que continha parte do hardware comum a todos os jogos, e a "placa B", que trazia o jogo; para que o funcionamento fosse possível, era necessário o funcionamento em conjunto das duas placas, que tinham cores diferentes de acordo com a região a qual eram destinadas, e era necessário que ambas as placas tivessem o mesmo código de cor para o funcionamento, com exceção das placas azuis e verdes, que podiam funcionar juntas.

3) CPS III
Imagem da placa CPS III


A CPS III representa mais do que uma evolução de suas antecessoras, com a adoção de um hardware novo e mais potente, essa placa suportava jogos mais elaborados e detalhados. A CPS III foi lançada em 1996, com o jogo Red Earth, tendo recebido poucos games após seu lançamento; para essa placa foi adotado um sistema de segurança contra games piratas bastante sofisticado. A CPS III foi a última placa de Arcade desenvolvida pela Capcom, que nos anos seguintes adotou a Taito Type X para seus games de Arcade.

Capcom CPS  Changer
Imagem do Capcom CPS Changer ligado a um adaptador para o controle CPS Fighter


O Capcom CPS Changer foi uma versão doméstica da placa CPS I, projetada originalmente para Arcade; lançado em 1994, foi uma tentativa da Capcom em vender suas placas de Arcade em um formato doméstico. Os games do CPS Changer eram basicamente placas destinadas ao CPS I com um proteção de plástico. O "console" tinha um adaptador que permitia a conexão do CPS Fighter, um controle desenvolvido pela Capcom para o Super Nintendo, com formato semelhante ao controle de uma máquina de Arcade.

Considerações finais [1]


As placas CPS I, II e III da Capcom seriam apenas mais placas de Arcade lançadas no mercado, mantendo-se no anonimato, se não fosse pelos excelentes games a que deram suporte, que sem essas placas não teriam marcado presença nos Arcades e talvez não tivessem se tornado clássicos eternos; talvez esse seja o grande mérito dessas placas, e ainda que seja apenas por isso, elas merecem ser lembradas!

Considerações finais [2]


Junto com o término dessa matéria quero deixar um pedido de desculpas, por não conseguir terminá-la e publicá-la em sua totalidade a tempo, tendo que publicar aos poucos.

Referências


System-16 http://www.system16.com/hardware.php?id=799
System-16 http://www.system16.com/hardware.php?id=795
System-16 http://www.system16.com/hardware.php?id=793
The Video Game Console Library http://www.videogameconsolelibrary.com/pg90-capcom.htm
Ultimate Console Database http://ultimateconsoledatabase.com/golden/capcom_cps_changer.htm
Wikipedia http://en.wikipedia.org/wiki/CP_System
Wikipedia http://en.wikipedia.org/wiki/CP_System_II
Wikipedia http://en.wikipedia.org/wiki/CP_System_III

Nenhum comentário: