sábado, 12 de fevereiro de 2011

[Lado B] Pirataria

A pirataria, não aquela praticada nos mares ao longo da história, tampouco aquela romantizada na literatura, cinema ou outras mídias, mas sim aquela nossa de cada dia, do CD ou DVD comprado do camelô ou mesmo o jogo baixado em programas de P2P, Torrent e afins, a pirataria é algo quase onipresente, uma realidade que não pode ser mascarada ou negada; independente de se apresentar de formas mais sutis ou explícitas, ela está lá, não apenas com relação a jogos eletrônicos, mas também com músicas, filmes, livros, dentre outros produtos comercializados.
No caso dos games, a pirataria adquire algumas características e motivações próprias, que vão além daquelas mais comuns; uma característica em comum com a pirataria de outros bens é a variedade de formas de aquisição, não se limitando ao comércio, seja com um camelô ou com aquele colega que "grava uns jogos" para ganhar um extra, ou mesmo com a obtenção do jogo pelo usuário final diretamente da fonte, baixando o game através de programas de P2P, Torrent ou outros meios do mesmo gênero; a pirataria de jogos eletrônicos adquire contornos não muito diferentes da pirataria em geral. No que diz respeito às motivações, elas são bastante variadas, desde o clássico argumento econômico, passando pela questão da dificuldade de acesso ao jogo original em razão de sua raridade, dentre outros; todos esses argumentos são relevantes e serão abordados em momento oportuno.
Um argumento em favor da pirataria de jogos eletrônicos é referente a fatores econômicos, aqui no Brasil, jogos eletrônicos originais não são bens de consumo exatamente baratos, tendo preços proibitivos para a maioria dos consumidores e empurrando muitos para o produto pirata; uma das razões dos altos preços cobrados de jogos eletrônicos no Brasil diz respeito à carga tributária, que bastante elevada em vários produtos, mas que se mostra particularmente extorsiva sobre jogos eletrônicos, principalmente quando estes são importados, acarretando em muitos casos em uma taxação não raro próxima ou superior a 100% do valor original do produto convertido para reais; nesse cenário, a pirataria surge como uma alternativa economicamente viável para a aquisição do game. Outro argumento favorável é a facilitação da obtenção de jogos raros, principalmente aqueles mais antigos, essa motivação também encontra fundamento na questão dos emuladores e roms, mas quanto a isso não vou me estender.
Um argumento contra a pirataria também se fundamenta na questão econômica, pois o jogo original jamais poderá competir com o pirata na questão do preço, por mais barato que o game original venha a custar, pois o equivalente pirata, além de não sofrer qualquer taxação, tem custos de produção infinitamente menores, tornando essa disputa no mínimo desleal; dentro dessa situação, a questão cultural também se faz presente, pois independentemente do preço cobrado pelo jogo original, sempre haverá aqueles que comprarão o jogo pirata, e muitos deles o farão não pelo fato do original ser caro demais, mas sim pelo baixo preço do pirata, movidos pela chamada "Lei de Gerson", e dentro desse contexto, a pirataria torna-se algo não apenas socialmente aceito, mas incentivada.
Para finalizar, meu objetivo com a presente coluna não foi tentar legitimar ou tecer mais uma crítica à pirataria, mas apenas reafirmar uma verdade: a pirataria é uma realidade e uma prática socialmente aceita, que ao mesmo tempo em que garante um acesso mais democrático a determinados bens, prejudica aqueles que trabalham com o desenvolvimento e comercialização do produto original. Também não foi meu objetivo permanecer em cima do muro, eu apenas trouxe argumentos favoráveis e contrários, para deixar a cargo de quem lê qualquer julgamento sobre o tema.

Um comentário:

Pedro Guilherme disse...

Cara! Os jogos antigos bombaram e continuam bombando. Os jogos de hj são feitos para ficar pouco tempo no mercado e vender muito. Viva os clássicos!

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jogosdatabase.blogspot.com

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